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quinta-feira, 31 de março de 2011

Drama

Vítima não entra em hospital e advogado faz 
Boletim de Ocorrência

De A Tribuna On-line

Créditos: Paulo Freitas
Paciente na porta do hospital com parentes

Atualizado às 16h07
A auxiliar de serviços gerais Tatiane Andrade da Silva, 25, vítima de um suposto erro médico, não conseguiu entrar nas dependências do Hospital Santo Amaro ao lado de seu advogado na manhã desta segunda-feira para fazer os curativos, no joelho operado por engano. 

Segundo o representante jurídico da paciente, Carlos Dalmar dos Santos Macário, Tatiane está receosa de entrar no hospital sem o seu acompanhamento.   

”Eles (o hospital) não deram motivos específicos por me barrarem. Informaram apenas que não me deixariam entrar. Minha paciente está tomada por descrédito e desconfiança e diante da posição dada pelo hospital se recusou a entrar”, disse.

Além do advogado, a paciente compareceu à Unidade de Saúde ao lado dos pais e do marido, por volta das 9 horas da manhã. Após quatro horas de espera, Tatiane se retirou às 13h30.

O advogado afirmou que voltará ao hospital na manhã desta terça-feira. “Amanhã estaremos de volta, pois ela precisa retirar os pontos e fazer a troca dos curativos”.

Inconformado com a situação, o advogado chamou a polícia para registrar um Boletim de Ocorrência. 

A assessoria de imprensa do hospital enviou uma nota lamentando o ocorrido desta manhã.

Leia a nota na íntegra
A Associação Santamarense de Beneficiência de Guarujá, mantenedora do Hospital Santo Amaro (HSA), lamenta que a paciente Tatiane Andrade da Silva se recuse a ser atendida por médico conforme consulta agendada para a retirada de pontos de cirurgia do joelho qual foi submetida, exceto na presença de seu advogado. 
A Santamarense esclarece que no ato médico resguardado por determinações do Conselho Regional de Medicina e, em obediência a este critérios, a diretoria do hospital permite apenas que pacientes sejam acompanhados de parentes quando de consultas ou outros procedimentos. Ao advogado da referida paciente resta ir a Justiça e conquistar um mandado obrigando o HSA a permitir sua presença ao lado de sua cliente. 
A entidade mantenedora do HSA lamenta, ainda, que desde as 9 horas deste dia (28 de março de 2011) o médico estava a disposição da paciente e até às 12h50 o impasse estava estabelecido com a paciente reafirmando que sentaria no consultório na presença de seu advogado.  
Entenda o drama
A auxiliar de limpeza foi internada para operar o joelho direito, na última segunda-feira.  Mas, quando ela saiu da sala de cirurgia, a família constatou que o procedimento foi feito no joelho esquerdo. 

Tatiane estava há mais de um ano sem trabalhar, recebendo auxílio-doença do INSS devido à lesão no joelho. Ela ainda esperou quase três meses para realizar a cirurgia pelo Sistema Único de Saúde (SUS). 

“Ela andava puxando a perna direita e se apoiava na esquerda. Agora não sei como vai ser”, conta Valéria Andrade da Silva, mãe de Tatiane. A casa da família teve de ser adaptada para a nova situação. “Tive que desmontar um beliche e estou dando banho nela em uma cadeira”, conta Valéria.

A mãe diz também que o médico teria se surpreendido com a situação. “O doutor já estava cuidando dela e tinha ainda todas as informações na planilha do hospital. Mas quando viu a situação, me disse para ir à clínica dele, que não cobraria consulta e nem fisioterapia. Com isso, pra mim ele assumiu o erro”.

Tatiane diz que perdeu o chão. “O médico me disse que o joelho esquerdo também tinha o mesmo problema. Mas ele nunca o examinou”.

A família registrou boletim de ocorrência e vai entrar com ação na Justiça. “Vamos entrar com ação indenizatória, porque tem a responsabilidade civil do médico e vamos aguardar o resultado do inquérito policial”, explica o advogado Carlos Dalmar dos Santos Macario.

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