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quarta-feira, 9 de março de 2011

Em Santos Escolas de samba contestam vitória da X-9

A X-9 é Campeã do desfile em Santos

Uma grande confusão ofuscou a festa da X-9 na Passarela do Samba Dráusio da Cruz, em Santos. Segundos depois de a Pioneira consagrar-se campeã, torcedores e componentes da diretoria de outras escolas rechaçaram o resultado. Especialmente os simpatizantes da Unidos dos Morros, segunda colocada por 0,25 ponto de diferença, e Sangue Jovem.

Após romperem a barreira que separava a torcida do espaço reservado à comissão organizadora e à imprensa, alguns manifestantes jogaram cadeiras e pedras em direção ao camarote onde se encontrava a comissão organizadora do Carnaval.

Homens da Guarda Municipal e da Polícia Militar entraram em ação. Em um dado momento, a polícia militar utilizou spray de pimenta para conter os revoltosos. A reportagem de A Tribuna chegou a ver um policial militar sendo acalmado por colegas para que não fizesse uso de cacetete.

Ninguém foi preso. Mas as detenções não estão descartadas, de acordo com o secretário municipal de Segurança, Renato Penteado Perrenoud. Ele estava no local, acompanhou toda a confusão e tentou conter os torcedores por meio da conversa.

“Se depender de mim, vamos prender todos os que foram filmados agredindo membros da organização. Jogaram cadeiras, deram socos e chutes”, afirmou o secretário.

Perrenoud disse que a confusão já era prevista. Por isso, 50 homens da Guarda Municipal foram destacados, além da Polícia Militar.

Tanah Corrêa

Os manifestantes acreditam que suas escolas tenham sido roubadas. Como justificativa, alegam que a X-9 é a escola de samba do secretário municipal de Cultura, Carlos Pinto, que também é amigo pessoal do homenageado pela agremiação, o diretor de teatro Tanah Corrêa. Outro motivo seria o último reinado de Babi, Rei Momo e membro da X-9.

Os rebeldes também creem que a presença do ator Alexandre Borges, filho do homenageado, no desfile atraiu mais mídia e que, dessa forma, a escola foi favorecida.

Ainda durante a apuração, os manifestantes xingavam os jurados a cada nota indesejada. Após o resultado, as ofensas foram direcionadas à organização do Carnaval e, principalmente, ao secretário Carlos Pinto. “Bando de sem vergonhas”, “vermes”, “vocês querem acabar com o Carnaval” e “roubados de novo” são alguns exemplos de dizeres publicáveis.

“Trabalhamos o ano inteiro. Existe preconceito contra o pessoal do morro”, disse Justino Guerreiro, diretor da Unidos dos Morros. “As alegorias foram as mais comentadas do Carnaval e perdemos justamente por elas”, disse Márcio Leonídio, diretor de Harmonia da Unidos dos Morros.

A presidente da Sangue Jovem, Solange Corrêa, diz que a sua agremiação foi “assaltada”, especialmente no quesito bateria (recebeu três notas 9,75).

“A Unidos dos Morros e a Amazonense fizeram um trabalho muito bom. Enquanto o xisnoveano Carlos Pinto continuar como secretário vai acontecer isso (suposto favoritismo da escola do Macuco)”.

Vale lembrar que o regulamento do Carnaval, em seu artigo 35, prevê que “não caberá qualquer recurso quanto às notas atribuídas pelos julgadores(...)”.

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