A mão inglesa de direção na Rua Idalino Pinez, conhecida como Rua do Adubo, apesar de polêmica, será mantida pela Prefeitura do Guarujá. A principal via de acesso aos terminais da Margem Esquerda do Porto de Santos teve a direção invertida no último dia 7. A medida tem como objetivo agilizar o fluxo de 7 mil caminhões que passam diariamente naquela região.
Com a inversão, as faixas da direita e da esquerda da rua levamos motoristas em direção ao Porto. Já a faixa central fica para quem sai da via portuária e segue sentido à Rodovia Cônego Domênico Rangoni.
A princípio, a mudança seria testada até o fim do mês passado. Mas, segundo o secretário executivo de Coordenação Governamental da Prefeitura, Ricardo Joaquim Augusto, a fase de testes vai continuar durante este mês. Mesmo com as reclamações dos usuários da via, ele afirmou que o município não tem intenção de voltar para o modelo anterior.
O caminhoneiro Fredy Aurélio garante que a inversão da mão de direção não surtiu o efeito esperado. “Na prática, continuou ruim. Não mudou muito do que era antes”.
Aurélio explica que a inversão da mão dificulta a manobra dos caminhões. Segundo o condutor, por conta do tamanho do veículo, a visão é prejudicada do lado esquerdo. “O profissional que usa a rua diariamente não foi ouvido antes da mudança. Estava claro que teria confusão”, afirmou.
A mesma opinião tem o caminhoneiro Adeon Cabral Costa. Ele considera que a mudança poderá ter um bom resultado, mas para isso a sinalização deve ser implantada por completo. “Quem passa por aqui todos os dias sabe da inversão, mas quemnão está acostumado pode causar um acidente grave”.
Para os motoristas, a melhoria nas condições do asfalto foram fundamentais para facilitar o trânsito na via. “O novo asfalto está ótimo e é por isso que estamos chegando em menos tempo aos terminais” , afirmou o caminhoneiro Adeon Costa.
A inversão da mão de direção da Rua do Adubo foi implantada a partir de uma parceria entre a Prefeitura e a iniciativa privada, liderada pela Associação comercial e Empresarialdo Guarujá (Aceg).
Os empresários pagaram R$ 430 mil pelo recapeamento da via e pela implantação das placas de sinalização, que ainda estão sendo colocadas. De acordo com a Aceg, a manutenção da rua também será custeada pelos terminais portuários e retroportuários.
O trecho alterado tem 200 metros de extensão e fica entre a Avenida Santos Dumont (via de acesso direto aos terminais) e a Rua Papa Paulo IV.
Empresas
Conforme divulgado porA Tribuna no último dia 17, após a inversão, a Aceg registrou um aumento de 30% na velocidade média dos caminhões que entram ou saem da área portuária. Mas esse ganho não foi percebido por todos os terminais da região.
Para o gerente de operações do terminal da Suco cítrico Cutrale, Edimauro Guimarães, a inversão da via ainda não teve grandes reflexos na sua movimentação. “Estamos em um período de entressafra, mas acredito que as mudanças serão sentidas quando o fluxo aumentar”.
O gerente geral da Localfrio, Luiz Ortiz, considera real o aumento de 30% na velocidade média dos caminhões. Porém, ele acredita que o dado seja um reflexo do recapeamento da via. “Estava impossível andar. Só o conserto dos buracos já foi suficiente para esse ganho de tempo”.
Já a Santos Brasil, operadora que administra o Terminal de Contêineres (Tecon), informou que a mudança foi positiva e facilitou a chegada dos caminhões ao terminal. Segundo a empresa, o tempo médio de cruzamento da via pelos caminhões que vão em direção aos terminais à esquerda da Avenida Santos Dumont (Grieg, Cargill, Dow Química e Cutrale) caiu de cerca de oito minutos para três.
Para os que seguem para o lado oposto, emdireção aos terminais da Santos Brasil, da Localfrio,ao TGGeao Termag,a redução foi de 12 para oito minutos.
Já o tempo de cruzamento feito pelos veículos que saem da Rua do Adubo e seguem pela Santos Dumont passou de três minutos para um minuto e quarenta segundos.
Relação Porto-Cidade
A Prefeitura de Guarujá se reuniu com autoridades locais na última quarta-feira, para discutir como melhorar o trânsito de caminhões na cidade. Participaram do encontro membros das polícias Civil e Militar, além de representantes dos ministérios públicos Estadual e Federal.
A reunião serviu para levantar informações para um novo encontro, dessa vez envolvendo o Conselho de Autoridade Portuária (CAP), a Codesp e a Federação das Indústrias de São Paulo (Fiesp).
Segundo o secretário-executivo de Coordenação Governamental da Prefeitura, Ricardo Joaquim Augusto, a intenção é otimizar a logística de chegada dos caminhões à cidade e aos terminais, além de discutir a operação dos estacionamentos para os veículos. “Com certeza, com a ajuda desses órgãos, teremos um salto de qualidade nas decisões que serão tomadas”.
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