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quinta-feira, 10 de março de 2011

O Porto de Santos teve saldo positivo na geração de empregos em 2010

Foram abertas 33.094 novas vagas de trabalho
Samuel Rodrigues

O Porto de Santos teve saldo positivo na geração de empregos em 2010. Foram abertas 3.145 novas vagas em relação ao ano anterior, totalizando, agora, 33.094 funcionários diretamente ligados à atividade em empresas da Baixada Santista, em 14 diferentes setores. O incremento foi de 9,5%.

O salto, acima do crescimento de 7,5% do Produto Interno Bruto (PIB) no mesmo período, ocorreu após um ano de estagnação no setor. De 2008 para 2009, a variação foi quase imperceptível: apenas 0,03%, ou 11 postos de trabalho.

Os dados são do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados(Caged), consolidados pela Secretaria do Emprego e Relações do Trabalho do Governo de São Paulo (Sert). Eles apontam a diferença entre o total de contratações e de demissões, dando um panorama do segmento portuário na região.

A tendência de crescimento em 2010 havia sido mostrada por A Tribuna em reportagem publicada em dezembro passado, que apontava um aumento no nível de emprego entre janeiro e setembro, conforme os dados disponíveis até aquele momento. Os números acompanham o incremento na movimentação de cargas no Porto, que,segundo a Codesp, atingiu 96 milhões de toneladas no último ano e deve continuar subindo.

Entre as categorias com maior número de trabalhadores, está o transporte rodoviário de carga, que fechou o ano passado com 10.585 funcionários (incluindo as 998 vagas criadas). Já os segmentos Gestão de Portos e Terminais e Armazenamento atingiram, respectivamente, 5.936 e 5.048 postos de trabalho.

Não entram na conta do Governo de SãoPaulo os trabalhadores ligados ao Órgão Gestor de Mão de Obra (Ogmo), que atuam de forma avulsa (autônoma),
como determina a legislação portuária.

Menos renda

Para o economista João Carlos Gomes,professorda Faculdade de Tecnologia (Fatec) de Praia Grande, outros números divulgados pelo Governo do Estado chamaram a atenção, mas negativamente. São justamente aqueles que dizem respeito aos salários dos trabalhadores contratados e demitidos no período.

Em linhas gerais, os salários dos demitidos foram maiores do que os dos admitidos durante o período. Não se trata de um fenômeno exclusivo do Porto, mas da região, que viu os salários médios caírem 6,5% na comparação entre desligados (R$ 946,71) e contratados (R$ 888,40).

“O que o mercado faz é criar novos postos, mas adequando os salários à qualificação desses trabalhadores. Está faltando qualificação, por isso paga-se menos”, explicou.

Ele citou como exemplo o setor de transporte rodoviário de carga, que emprega mais de 30% dos trabalhadores do Porto. Empresas deste segmento contrataram mais que demitiram, mas com pagamentos até R$ 200,00 mais baixos.

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