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quinta-feira, 14 de julho de 2011

USP analisa sabor do Big Mac de 26 países diferentes

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De A Tribuna On-line

Pesquisadores do Laboratório de Ecologia Isotópica do Centro de Energia Nuclear na Agricultura (Cena) da USP realizaram um estudo para analisar se o sabor do Big Mac, principal e mais conhecido produto da rede de fast-food Mc Donald’s, presente em mais de 100 países, é o mesmo em vários países do mundo.


O levantamento teve o objetivo de identificar as características culturais da alimentação mundial e pesquisou Big Macs provenientes de 26 nações. Segundo o pesquisador Luiz Antonio Martinelli, responsável pela pesquisa, “o lanche, considerado o carro-chefe do Mc Donald’s, funciona como um poderoso traçador do sistema de produção de carne dos países. O hambúrguer fornece diversas e variadas informações”.

Para o estudo, o pesquisador rastreou a cadeia alimentar do gado a fim de descobrir onde e como é produzido o principal ingrediente do Big Mac, o hambúrguer de carne bovina. “A carne moída para a produção de hambúrgueres é preparada em lotes, abrangendo uma multiplicidade de animais comprada de vários fornecedores. Portanto, os hambúrgueres se mostraram úteis integradores das características da carne disponível em uma área geográfica”, justifica.

Assim, Martinelli comprovou que, apesar de o Big Mac ser uma comida global, seu sabor é local, pois o hambúrguer é originário do rebanho de cada país. “Mas isso não ocorre no mundo todo. Os isótopos estáveis do carbono e do nitrogênio da carne contida em cada um dos Big Macs estudados mostraram, por exemplo, que o lanche consumido no Japão é proveniente da Austrália, com gado alimentado com gramíneas do tipo fotossintético C4”.

A conclusão foi baseada no fato de que as carnes dos lanches japoneses tinham uma razão isotópica do carbono-13/carbono-12 mais elevada do que os esperados num país baseado em uma agricultura de ciclo C3 (norma que caracteriza a forma como a planta faz sua fotossíntese), comprovando que o Japão importa carne da Austrália, onde prevalece o modo fotossintético C4 da lavoura, ou seja, das plantas que suportam altas luminosidades, fato que não ocorre no país nipônico.

“As análises dos isótopos estáveis dos elementos carbono e nitrogênio, contidos nos objetos de estudo, no caso a carne do lanche do Mc Donald’s, forneceram três importantes conclusões. A primeira é que com um simples hambúrguer é possível rastrear o que o gado come pelo mundo todo. A segunda nos confere a possibilidade de estabelecer como carnes produzidas em diferentes países viajam pelo mundo. E a terceira é que, por uma questão de mercado, o igual não é tão semelhante assim”, relata.

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