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sexta-feira, 4 de novembro de 2011

O que era um lixão para Santos em Breve será um dos Maiores terminais de Carga e líquidos da Baixada

Santos

O maior passivo ambiental do Estado 

está próximo do fim


O Porto de Santos eliminará, 
no final deste ano, uma marca tão histórica
 quanto negativa. Está prevista para
 31 de dezembro a conclusão do
 processo de recuperação 
ambiental do terreno do antigo depósito
 de resíduos portuários, o Lixão da Alemoa. 



Aos poucos, a área vai se
 transformando em um


 novo terminal portuário para contêineres e etanol, 
a ser administrado pela Brasil Terminal Portuário (BTP), 
firma nacional controlada por duas multinacionais estrangeiras, 
meio a meio. A retirada de 680 mil metros cúbicos de
 lixo de variados tipos, ou 20 mil caminhões cheios,
 elimina o maior passivo ambiental do Estado e um dos maiores do País. 

O investimento, integralmente bancado pelo capital privado,
 é maior do que o previsto no início da obra. Ficará entre 
R$ 250 milhões e R$ 260 milhões somente para o 
processo chamado de remediação, que incluiu tanto a
 remoção como o tratamento dos detritos que 
ali foram despejados por pelo menos 50 anos. 
O aumento, de R$ 15 milhões a R$ 25 milhões, 
foi necessário devido ao uso de diferentes técnicas 
de limpeza do solo, não previstas no início da obra. 
Apesar do contratempo milionário, o trabalho termina 
dentro do prazo de 26 meses, como esperado. 
Houve pelo menos três tentativas de se limpar o terreno. 
O grupo que atualmente administra o Terminal de Granéis de Guarujá 
(TGG) esteve à frente de uma delas. Diante da complexidade
 da iniciativa, a empresa desistiu e se instalou na 
Margem Esquerda do Porto. Não é para menos.
 Comentase que todos os elementos químicos da
 tabela periódica estavam ali presentes, devido ao
 depósito irresponsável de detritos na área, em um 
passado não muito distante. Todo o lixo está sendo levado para umaterro autorizado 
pela Companhia Ambiental de São Paulo (Cetesb) em 
Caieiras, no Interior do Estado. 

Ganhando forma 
Muito próximo das montanhas de terra misturada com lixo,

 removida para a limpeza total do terreno ali mesmo, 
o novo terminal vai ganhando forma. A área de atracação 
de navios é uma das mais adiantadas: 40% das 2.400 
estacas já foram cravadas. Até o momento, na construção, foram investidos 
US$ 500 milhões (R$ 867,5 milhões, pela cotação de ontem), 
do total de US$ 1 bilhão (R$ 1,73 bilhão) previsto para o
 empreendimento, segundo o valor atualizado. A previsão
 é que, até janeiro do ano que vem, estejam prontos 480 metros de cais 
(de um total de 1.108 metros). Ainda no primeiro trimestre de 2012, 
também serão entregues 180 mil metros quadrados de
 retroárea (pouco mais de 50% do projetado). 

“Estamos correndo contra o tempo, porque em março

 vão chegar os equipamentos”, declarou o diretor-presidente da BTP, 
Henry James Robinson. São oito portêineres super pós Panamax – 
com capacidade para mover simultaneamente até dois 
contêineres de 20 pés–, 26 gruas sobre pneus
 (RTGs, na sigla em inglês) e duas reach-stackers
 (que ficarão à disposição da Alfândega para a conferência 
física dos cofres de carga). Os portêineres vêm com um 
simulador próprio, para capacitação da mão de obra que irá 
operar o equipamento real. “Não é umsimulador geral. 
Será como se o trabalhador estivesse dentro da cabine 
daquele PT, com as características dele”, explicou o executivo. 

Outros quatro a cinco portêineres chegarão em uma
 segunda etapa da compra, segundo Robinson. 
Estes terão capacidade ainda maior: poderão mover, 
ao mesmo tempo, até quatro contêineres de 20 pés, 
ou dois de 40 pés. Todo o maquinário está sendo 
produzido pela firma chinesa Zhenhua Port Machinery 
Company (ZPMC). Somente em portêineres, serão 
gastos US$ 114,6 milhões(R$198milhões).

O terminal da BTP terá capacidade anual para operar 1,1 milhão de
 TEUs (unidade equivalente a um contêiner de 20 pés) e 1,2 milhão de litros 
de granéis líquidos. Serão construídos quatro berços, sendo um exclusivo para líquidos. 

A previsão é que a construção gere 3 mil postos de trabalhos, 

entre diretos e indiretos. Já a operação portuária, prevista para 
iniciar em 2012, deve proporcionar 1,5 mil novos empregos diretos e 9 mil indiretos.  

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