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quinta-feira, 3 de março de 2011

Kadhafi promete 'Vou enfiar dedos nos olhos' de adversários na Líbia



O ditador da Líbia, Muammar Kadhafi, disse em discurso nesta quarta-feira que o poder em seu país "não é do governo" nem dele, mas "do povo", e manteve o tom de desafio que ostenta desde o início da rebelião popular contra seu contestado governo.

O coronel também afirmou que vai "enfiar os dedos nos olhos" de quem desafiar o "poder do povo" na Líbia.

Falando a partidários, com transmissão pela TV estatal, Kadhafi afirmou que o mundo "não entende" o sistema líbio de democracia direta, explicado em seu "Livro Verde", espécie de Constituição informal do governo, no poder desde uma revolução em 1969.

"Desde 1977, é o povo líbio que exerce o poder", disse Kadhafi no longo discurso.

O coronel também afirmou que "não é presidente" e, portanto, não pode renunciar ao seu cargo.

"Muammar Kadhafi não é um presidente para renunciar, ele não tem um Parlamento para dissolver", disse. "O sistema líbio é um sistema do povo e ninguém pode ir contra a autoridade do povo...O povo é livre para escolher a autoridade que lhe convém."

O ditador também negou que a Líbia rebelada enfrente "problemas internos", disse que não há confrontos em Benghazi e voltou a culpar a rede terrorista da al-Qaeda pela agitação no país
Kadhafi também minimizou o número de mortos pela repressão aos protestos, dizendo agora que eles seriam "cerca de 150". Organizações ocidentais acreditam que pelo menos 2.000 pessoas tenham morrido nos confrontos.

Kadhafi também pediu que a ONU e a Otan investiguem os fatos na Líbia e disse que há uma "conspiração" para colonizar o país e tomar posse de seu petróleo.

Antes da fala, a TV estatal mostrou imagens do ditador durante uma festa política na capital, Trípoli, na qual ele apareceu cercado de apoiadores que gritavam slogans a seu favor.

A cerimônia celebrava o 34º aniversário da instauração do "poder das massas" na Líbia, informou a emissora estatal.

"Você sempre será grande", disseram os manifestantes.

Antes do discurso, Kadhafi e os manifestantes cantaram o hino nacional.

A aparição ocorre em meio a contraditórios relatos de confrontos pelo país, com forças leais ao governo tentando retomar o controle de cidades no poder dos rebeldes antigoverno. Também há relatos de confrontos próximo a Trípoli.

Também crescem as pressões diplomáticas e militares sobre o ditador, no poder desde 1969.

Nesta terça, a Assembleia Geral da ONU decidiu suspender a Líbia do Conselho de Direitos Humanos da entidade. A decisão foi unânime.

O presidente da Comissão Europeia, José Manuel Barroso, fez um apelo a Kadhafi para que ele renuncie ao poder e "devolva o país ao povo da Líbia".
O Pentágono também anunciou que está aproximando dos navios militares anfíbios da costa líbia.

A princípio, o objetivo das centenas de fuzileiros é ajudar em operações humanitárias, segundo a Defesa dos EUA, mas a opção militar ainda está na mesa.

Tradução do português para inglês


Gaddafi vows to stick fingers in the eyes' of opponents in Libya


The dictator of Libya, Muammar Gaddafi, said in a speech Wednesday that the power in his country "is not the government" not him, but "the people", and maintained the defiant tone that bears since the start of popular uprising challenged against his government.

The colonel also said he would "stick their fingers in the eyes of those who challenge the" people power "in Libya.

Speaking to supporters, being broadcast on state television, Gaddafi said the world "does not understand Libya's system of direct democracy, explained in his" Green Book ", a kind of informal constitution of government, in power since a 1969 revolution.

"Since 1977, the Libyan people who exercise power," said Gadhafi in the long speech.

The colonel also said he is not president "and therefore can not resign his position.

"Muammar Gaddafi is not a president to resign, he has no one to dissolve Parliament," he said. "The system is a system of the Libyan people and nobody can go against the authority of the people ... The people are free to choose the authority that suits him."

The dictator also denied that Libya rebellious face "internal problems", said there were no clashes in Benghazi and returned to blame the terrorist network al-Qaeda by unrest in the country
Gaddafi also played down the death toll from the repression of the protests, saying now that they would be "around 150". Western organizations believe that at least 2,000 people have died in clashes.

Gaddafi also urged the UN and NATO to investigate the facts in Libya and said there was a "conspiracy" to colonize the country and take possession of its oil.

Before the speech, state television showed footage of the dictator for a political party in the capital, Tripoli, in which he appeared surrounded by supporters who shouted slogans in her favor.

The ceremony celebrated the 34th anniversary of the establishment of the "power of the masses" in Libya, the state broadcaster reported.

"You will always be great," said the demonstrators.

Before the speech, Gadhafi and the demonstrators sang the national anthem.

The appearance comes amid conflicting reports of clashes across the country, with forces loyal to the government trying to regain control of cities in the power of antigovernment rebels. There are also reports of fighting near Tripoli.

Also growing diplomatic and military pressure on the dictator, in power since 1969.

On Tuesday, the UN General Assembly decided to suspend Libya's Human Rights Council of the entity. The decision was unanimous.

The European Commission president Jose Manuel Barroso appealed to Gaddafi to renounce it and be able to "return the country to the people of Libya."
The Pentagon also announced it is approaching the amphibious warships of the Libyan coast.

Initially, the goal of hundreds of Marines is to assist in humanitarian operations, according to U.S. defense, but the military option is still on the table.

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