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quinta-feira, 3 de março de 2011

Bento XVI afirma que não foi 'o povo' judeu que condenou Jesus



AFP

O Papa Bento XVI diz que não foi "o povo" judeu em seu conjunto o responsável pela morte de Cristo, no segundo tomo de seu mais recente livro, que teve extratos publicados pelo Vaticano nesta quarta-feira.

Na obra erudita intitulada "Jesus de Nazaré, segunda parte. Da entrada em Jerusalém à Ressurreição", o papa levanta a questão: "Quem eram precisamente os acusadores de Cristo?"

Ele destaca que a expressão "os judeus" empregada por João, o Evangelista, "não indica de nenhum modo o povo de Israel como tal" e "ainda menos tem um carácter racista" porque João "era israelita, como Jesus e todos os seus". A expressão "tem um significado preciso e rigorosamente limitado" e define "a aristocracia do Templo", destaca Bento XVI.

O papel dos judeus na morte de Cristo esteve na origem das grandes tensões entre as duas religiões, com os judeus tendo sido tratados de "deicidas" durante vários séculos pelos católicos. O Concílio Vaticano II (1962-1965) eximiu o povo judeu de toda a responsabilidade na crucificação de Jesus.

"Diz-se com frequência que os Evangelhos, devido a uma tendência favorável aos romanos, por motivos políticos, teriam apresentado (Pôncio Pilatos) de forma mais positiva, lançando progressivamente sobre os judeus a responsabilidade pela morte de Jesus", observa Bento XVI.

Uma associação de sobreviventes do Holocausto felicitou-se com esta visão dos fatos, considerando, em comunicado, que estamos vivendo um "momento importante" nas relações entre católicos e judeus.

Este "repúdio teológico à acusação de deicida não apenas confirma os ensinamento do Vaticano II, mas rejeita a culpa coletiva dos judeus para uma nova geração de católicos", declarou Elan Steinberg, vice-presidente da Associação americana dos Sobreviventes do Holocausto e de seus Descendentes.

A obra de Bento XVI será apresentada à imprensa no dia 10 de março. Será lançada simultaneamente em sete línguas: alemão - língua materna do papa -, italiano, inglês, espanhol, francês, português e polonês, precisou o Vaticano.

O primeiro volume, sobre o período que vai do batismo no Jordão à transfiguração, foi colocado à venda na Itália em 16 de abril de 2007, data do 80º aniversário de Bento XVI, com grande sucesso.

Foram mais de 50.000 livros vendidos no primeiro dia de lançamento, com duas tiragens de de 420.000 exemplares.

Joseph Ratzinger começou a redigir a obra quando ainda era cardeal e prefeito da Congregação para a Doutrina da Fé, órgão do Vaticano encarregado de zelar pelo dogma católico.

Tradução do português para inglês


Benedict XVI said it was not 'the people' Jew who condemned Jesus

AFP

Pope Benedict XVI says he was not "the people" Jew as a whole responsible for the death of Christ, the second volume of his latest book, which had published extracts from the Vatican on Wednesday.

In scholarly work titled "Jesus of Nazareth, the second part. The entry into Jerusalem to the Resurrection," the pope raises the question: "Who exactly were the accusers of Christ?"

He notes that the term "Jews" used by John the Evangelist, "does not indicate in any way the people of Israel as such" and "still has a less racist" because John "was a Jew, like Jesus and all his ". The expression "has a precise meaning and strictly limited" and defines "the aristocracy of the Temple," said Benedict XVI.

The role of Jews in Christ's death led to major tensions between the two religions, the Jews were treated "deicide" by Catholics for centuries. The Second Vatican Council (1962-1965) the Jewish people exonerated of all responsibility in the crucifixion of Jesus.

"It is said that the Gospels often due to a favorable trend to the Romans for political reasons, would have made (Pontius Pilate) in a more positive, gradually releasing the responsibility on the Jews for Jesus' death," says Benedict XVI.

An association of Holocaust survivors welcomed this view of the facts, whereas, in a statement that we are living an "important moment" in relations between Catholics and Jews.

This "theological repudiation of the charge of deicide not only confirms the teachings of Vatican II, but rejects the collective Jewish guilt for a new generation of Catholics," said Elan Steinberg, vice president of the American Association of Holocaust Survivors and their Descendants .

The work of Benedict XVI will be presented to the press on March 10. Will be released simultaneously in seven languages: German - mother tongue of the pope - Italian, English, Spanish, French, Portuguese and Polish, it stated the Vatican.

The first volume, over the period from the baptism in the Jordan to the Transfiguration, went on sale in Italy on April 16, 2007, the date of the 80th anniversary of Benedict XVI, with great success.

There were more than 50,000 books sold on first day of release, with two runs of 420,000 copies.

Joseph Ratzinger began writing the novel when it was still a cardinal and prefect of the Congregation for the Doctrine of the Faith, the Vatican body responsible for ensuring that the Catholic dogma.

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